Caminhando em direção ao porto cai nágua, na rua João Alfredo esquina com avenida Faquar, você encontrará diversos bares que funcionam como agências e, não se assuste com o lugar. Pois todo o bairro em volta do porto tem a aparência de estar à mercê da própria sorte. Em um desses bares, encontrei uma placa com o nome do barco que iria sair no dia seguinte (Dois Irmãos). Cheguei e perguntei a uma mulher que estava limpando o salão, se saberia informar quanto era a passagem e quando sairia para Manaus?
Ela mesma disse que era a agenciadora, e veio até a agência para me atender. "Disse-me que a passagem estava custando R$ 400 para os camarotes e R$ 200 na rede, mas que faria por R$ 180". Quando pedi mais desconto, a mesma respondeu que "faria R$ 170", deixando-me empolgado. Como não tinha dinheiro no bolso e ela não aceitava cartão de crédito ou débito, decidi retornar no dia seguinte para adquirir minha passagem.
Como eu não tinha uma rede, pedi à senhora se ela poderia me indicar um lugar onde pudesse comprar uma rede barata. Ela me apontou um mercado na próxima esquina, além da avenida Faquar, e se ofereceu para me acompanhar até lá. Combinamos que no dia seguinte eu compraria tanto a passagem quanto a rede. Ansioso para ver o porto de perto, saí da agência e caminhei em direção à orla, onde o barco estava ancorado.
Ao chegar na esquina do porto, me deparei com um grupo de homens aguardando a chegada do próximo caminhão para descarregar no barco que partiria rumo a Manaus. Entre eles, um senhor apelidado de "Amarelinho" veio me perguntar se eu já havia adquirido minha passagem. Respondi que ainda não e logo ele ofereceu a passagem por R$200, porém, ao negociar, consegui baixar o preço para R$150. Mesmo assim, tentei negociar ainda mais, mas o senhor afirmou que era o mínimo que podia oferecer.
Mesmo com a proposta atraente, decidi conferir o barco antes de tomar uma decisão. No caminho, encontrei duas moças simpáticas com o uniforme da embarcação, que me confirmaram as informações que já tinha sobre a data e horário da partida e o valor da passagem. Além disso, descobri que a passagem na rede incluía todas as refeições, o que foi uma ótima surpresa.
Ainda desconfiado, pedi para conhecer a embarcação e me deparei com uma visão assustadora: no porão e no primeiro piso, só havia batata, cebola, farinha e algumas motos. Logo descobri que ainda não haviam terminado de carregar a embarcação, e a todo momento chegavam caminhões carregados de batata e cebola. Porém, subindo ao segundo piso, encontrei algumas pessoas já com suas redes armadas, esperando a partida do barco.
Com essa experiência, percebi que a passagem com o senhor Amarelinho poderia ser uma boa opção para economizar dinheiro e ainda garantir uma aventura emocionante. Porém, com a oferta das moças da embarcação, acabei fechando com elas e garanti minha rede e todas as refeições por um preço justo de R$ 170.
Ao subir para o segundo piso, vi várias pessoas com suas redes armadas, e percebi que muitas compravam a passagem e já ficavam no barco esperando a partida, economizando em hospedagem.
No terceiro piso, havia um bar com uma área pequena coberta, onde algumas pessoas podiam armar suas redes se o piso inferior ficasse muito cheio.
Depois de conhecer todos os andares do barco, voltei para o cais e reservei minha passagem com o Amarelinho por R$ 150, comprometendo-me a retirá-la no dia seguinte, quando pagaria, já que não tinha dinheiro no bolso.
Deixando o porto, encontrei uma grande amiga, Andrea Cattaneo, que morava em Porto Velho, muito prestativa e atenciosa. Ela ofereceu-me para passar a noite em sua casa, já que o barco só saía na quarta-feira. Aceitei o convite e voltei ao hotel para organizar as coisas para o dia seguinte, comprando uma rede, a passagem, repelente e chinelos, já que tinha esquecido os meus em casa.
Foi então que percebi que, em Porto Velho, não havia hostels, e a única opção de hospedagem que encontrei a um preço acessível de R$ 25,00 foram quartos com ventiladores.
heheh, no post anterior eu não coloquei comentário, mas adorei a aula de história, inclusive!
ResponderExcluire eu adoro ler relatos de viagens, aumenta a minha inveja, e necessidade gera potencial... vou acabar indo pra esses lugares também!
:p e as fotos estão maravilhosas, também vou comprar uma rede!
tá no barco ainda? o.0
ResponderExcluirNão já estou em casa de volta.. Escrevi bastante agora estou transcrevendo tudo para postar.rsrsrs
Excluiramigo para manaus nao existe onibus neh??
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