Após me encantar com a imponente visão das caixas d'água, dirigi-me ao mirante, que oferece uma vista espetacular da antiga estação ferroviária. Hoje em dia, a estação foi completamente transformada em uma vasta praça, que abriga o famoso Museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. É importante ressaltar que a revitalização da estação foi realizada pela Santo Antonio Energia, empresa que investiu na restauração deste ícone histórico da cidade.
Para entender a grandiosidade dessa construção no meio da selva amazônica no início do século 20, é preciso conhecer a história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Essa estrada, também conhecida como a estrada do "diabo", foi construída de 1907 a 1912, durante a fase áurea da borracha amazônica, com o objetivo de interligar Porto Velho a Guajará-Mirim, no estado de Rondônia.
No entanto, a construção da estrada foi marcada por perdas humanas, milhares de trabalhadores morreram não só por acidentes de trabalho, mas também por doenças tropicais. O projeto da ferrovia recebeu investimentos do empresário norte-americano Percival Farquhar e foi finalizado em 30 de abril de 1912, data que marcou a fundação da cidade de Guajará-Mirim.
A ferrovia foi parcialmente desativada nos anos 30, devido à decadência da borracha brasileira, e em 1966, foi desativada por completo pelo então presidente Castelo Branco, sendo substituída pela construção das rodovias BR-425 e BR-364 entre Porto Velho e Guajará-Mirim. Mesmo assim, a estrada é tombada pelo IPHAN desde 2005, sendo um importante patrimônio histórico e artístico nacional.
Apesar dos prejuízos, a ferrovia ainda foi utilizada para a distribuição de mercadorias e passageiros nas décadas de 50 e 60, integrando as dezoito empresas da Rede Ferroviária Federal. Mesmo hoje, sem operação e serviços regulares, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é uma estrutura que simboliza a grandiosidade e a resistência humana, e é tema de obras como a minissérie "Mad Maria" da TV Globo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Madeira-Mamoré - http://www.efmm.net/pagina 1.htm Após imergir na história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, eu me dirigi à Praça da Estação e fui surpreendido pela visão de várias embarcações ancoradas nas margens do majestoso Rio Madeira, em frente aos galpões restaurados que hoje abrigam o museu da ferrovia. Infelizmente, o museu ainda não estava aberto quando eu passei por lá.
Decidi perguntar a alguns senhores que estavam descansando em um banco de madeira sob uma árvore de manga se saberiam me informar sobre barcos que partiam para Manaus. Eles, gentilmente, sugeriram que eu procurasse por informações diretamente em uma das embarcações ancoradas ali, pois eles não possuíam essa informação.
Foi então que esses senhores apontaram para um barco onde dois homens estavam no convés, e eu me aproximei de um deles para perguntar sobre horários e preços de passagens de barco de Porto Velho para Manaus. Infelizmente, eles não realizavam esse tipo de viagem, apenas passeios próximos às usinas do rio Madeira.
Entretanto, o homem no barco me informou que eu poderia obter informações no Terminal Hidroviário, localizado na Rua João Alfredo, 325, Centro, Porto Velho, ao lado da praça. Ele me avisou que eu teria que dar a volta pela mesma avenida que passava em frente à praça, mas que valeria a pena, pois haveria um barco partindo para Manaus no dia seguinte.
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